sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Boris Vian regressa

na próxima 5ª, 21h30, regressa o meu Boris Vian desta vez num pequeno espaço muito bonito e vianesco, O Arranca-Corações.


fotografia Vitorino Coragem

"Je veux une vie en forme d'arête" / "quero uma vida em forma de espinha". vida e humor em Boris Vian . leitura encenada


texto, interpretação e cenografia
rosa azevedo

música / voz
manuel cintra

apoio
leandro morgado
rute pinto

A vida de Boris Vian conta entre as suas obras mais conseguidas. As suas realizações são múltiplas e variadas. Viveu apenas 39 anos mas deixou-nos uma plural e densa produção literária, com peças de teatro, romances, poemas, letras de músicas, crónicas. Parece que na verdade atravessou diversas existências e não apenas uma. Vive com a presença da doença mas em vez de se transformar numa pessoa amarga pega nessa presença e transforma-a através da imaginação e da leveza. A própria vida é uma obra de arte. Tornou-se um exemplo para muitos de alguém vivo, activo, dinâmico e imaginativo. E sempre muito jovem. Rejeita o mundo do trabalho funcional e sofre com o amor, alterna questões sobre a existência com questões aparentemente leves. Manteve-se sempre simples e humilde, sem arrogância ou superioridade, era muito admirado por todos. Estava sempre bem disposto. Era luminoso e transparente. Não era um santo, longe disso, mas era uma pessoa deliciosa. Foi muito mal recebido no seu tempo, estava muitos anos à frente dos seus contemporâneos. É um verdadeiro desafio ao pensamento cartesiano categorizado, e a sua atiude era de constante sabotagem do que é sério. Teve dezenas de actividades mas levou-as todas ao fundo, não fez nada pela metade. Morreu em 1959 e teve de esperar pelo Maio de 68 para começar a ser lido e verdadeiramente apreciado.
Continua a ser um escritor marginal e desconhecido enquanto personagem, envolto em histórias e lendas. Boris Vian viveu 39 anos uma vida completa e intensa.

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